A velha mídia passa cinicamente despercebida diante da morte de Icushiro Shimada, proprietário da Escola Base, que há 20 anos foi prejulgado e condenado por TVs e jornais como um monstro que abusava sexualmente de crianças. Shimada morreu em decorrência de problemas cardíacos que sofre desde o ano das denúncias (segundo noticiam blogs alternativos), mas a verdadeira causa foi uma metralhadora noticiosa que há 20 anos roubou sua dignidade e sua vida.
O caso Escola Base é um dos maiores escândalos oriundos dos desmandos de uma imprensa dita "independente", que, na verdade, é muitas vezes independente dos fatos, da verdade e da obrigação de respeitar pessoas. O caso começou no Jornal Nacional (sempre a Globo!), em março de 1994, quando os donos da escola eram acusados de molestar crianças sexualmente no horário das aulas.
Da Globo, o caso se propagou (no velho "modus operandi" que até hoje a velha mídia adota ao "papagaiar" quase sem checar o que o colega-concorrente noticia): foi para outras emissoras como o SBT, para jornais como o Estadão e impressos do grupo Folha, além de publicações regionais por todo o país. O Notícias Populares (que era um tipo Datena impresso na época), do grupo Folha, chegou a manchetar "Kombi era motel na escolinha do sexo". A Folha da Tarde, também da Folha, anunciava que "Perua escolar carregava crianças para a orgia".
A escola era de quatro sócios. Depois das denúncias, foi depredada, assim como a casa de uma das sócias que também era professora. Todos acabaram linchados pela opinião pública, perderam a dignidade, a escola faliu e empobreceram. Ao fim das investigações, todos foram inocentados e o escândalo midiático se revelou uma farsa caluniosa, injuriosa e difamatória.
Hoje, 20 anos depois, arrastam-se na lenta e inútil justiça brasileira processos de indenização, empurrados ao infinito por recursos sem fim dos advogados da velha mídia. Shimada morre pobre, assim como já morreu sua mulher e seu sócio. Já os grupos de comunicação que assassinaram a dignidade dessas pessoas continuam ricos e impunes. Nenhum (nenhum!) jornalista, nem editor, nem dono de jornal foi punido exemplarmente pelo que foi feito. Estão todos livres, leves e soltos à caça de novas manchetes que rendam ibope.
Pior que tudo isso é que o caso Escola Base não é o único nem o último de uma impressa que se arroga proprietária de uma verdade inventada, reescrita e descontextualizada, criada sob interesses que estão longe do interesse público e da presunção da inocência a que todos têm direito. Vinte anos depois, a velha mídia continua a mesma destruidora de fatos e de honras, com suas páginas e câmeras sedentas por sangue.
O caso Escola Base é um dos maiores escândalos oriundos dos desmandos de uma imprensa dita "independente", que, na verdade, é muitas vezes independente dos fatos, da verdade e da obrigação de respeitar pessoas. O caso começou no Jornal Nacional (sempre a Globo!), em março de 1994, quando os donos da escola eram acusados de molestar crianças sexualmente no horário das aulas.
Da Globo, o caso se propagou (no velho "modus operandi" que até hoje a velha mídia adota ao "papagaiar" quase sem checar o que o colega-concorrente noticia): foi para outras emissoras como o SBT, para jornais como o Estadão e impressos do grupo Folha, além de publicações regionais por todo o país. O Notícias Populares (que era um tipo Datena impresso na época), do grupo Folha, chegou a manchetar "Kombi era motel na escolinha do sexo". A Folha da Tarde, também da Folha, anunciava que "Perua escolar carregava crianças para a orgia".
A escola era de quatro sócios. Depois das denúncias, foi depredada, assim como a casa de uma das sócias que também era professora. Todos acabaram linchados pela opinião pública, perderam a dignidade, a escola faliu e empobreceram. Ao fim das investigações, todos foram inocentados e o escândalo midiático se revelou uma farsa caluniosa, injuriosa e difamatória.
Hoje, 20 anos depois, arrastam-se na lenta e inútil justiça brasileira processos de indenização, empurrados ao infinito por recursos sem fim dos advogados da velha mídia. Shimada morre pobre, assim como já morreu sua mulher e seu sócio. Já os grupos de comunicação que assassinaram a dignidade dessas pessoas continuam ricos e impunes. Nenhum (nenhum!) jornalista, nem editor, nem dono de jornal foi punido exemplarmente pelo que foi feito. Estão todos livres, leves e soltos à caça de novas manchetes que rendam ibope.
Pior que tudo isso é que o caso Escola Base não é o único nem o último de uma impressa que se arroga proprietária de uma verdade inventada, reescrita e descontextualizada, criada sob interesses que estão longe do interesse público e da presunção da inocência a que todos têm direito. Vinte anos depois, a velha mídia continua a mesma destruidora de fatos e de honras, com suas páginas e câmeras sedentas por sangue.
É o preço de papagaiar. Injustiça se tamanho!
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