segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Escravos intelectuais

Quadro de Marcel Verdie
Colunistas da velha mídia cantam em coro que os médicos cubanos que chegam ao Brasil são escravos. Justificam tal visão no fato de que será o governo de Cuba que repassará seus salários, ficando com parte do pagamento feito pelo Brasil. Argumento tosco resultante de intolerância ideológica.

Cuba é um país socialista, em que o Estado comanda todos os serviços de saúde, mas façamos uma analogia com o mundo privado. Se uma instituição brasileira, seja governamental ou empresarial, contrata uma empresa estrangeira para determinado serviço, vai pagar a quem? À empresa ou a cada um dos seus funcionários? E essa empresa, vai repassar aos seus funcionários todo o valor do contrato ou parte do ganho?

O mesmo vale quando contratamos um convênio médico, por exemplo. Pagamos a mensalidade para cada médico ou à empresa mantenedora do convênio? E a empresa repassa toda nossa mensalidade aos profissionais ligados a ela ou apenas parte do valor, conforme o trabalho que cada um desempenha?

Agora, olhe para seu celular, seu computador, seu tablet ou notebook. Tente encontrar uma peça nele em que não esteja gravada a frase "Made in China". Pois a China é um país comunista, com governo totalitário, sem democracia. Lá, as leis trabalhistas são quase inexistentes, há trabalho escravo e infantil. Mas quase todas as peças eletrônicas da sua casa e do seu trabalho são chinesas, e ninguém aqui nem nos EUA reclama.

Os colunistas da velha mídia escrevem em teclados chineses, veem em monitores chineses, falam em telefones móveis chineses e usam o Sírio Libanês quando precisam de médicos, na "democrática" saúde brasileira. Também adoram nos chicotear com as palavras da Casa Grande, da qual são apenas pombos-correio.

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