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Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas e divulgada na semana que passou (não pelos veículos tradicionais de mídia) é uma verdadeira bomba-relógio prestes a explodir no colo dos barões da comunicação. Diz o levantamento da FGV (clique aqui para ler) que nada menos que 70,1% dos brasileiros não confiam nas emissoras de TV e 62% desconfiam dos jornais impressos.
Considerando o que ensinam as melhores escolas de jornalismo do mundo, que a credibilidade é o maior patrimônio de qualquer publicação (e em qualquer plataforma), trata-se de uma notícia que configura mais um prego no caixão da velha mídia (e entenda-se por velha mídia não necessariamente o papel, a rádio e a TV, mas a velha forma de noticiar numa via de mão única, em que o espectador é bombardeado sem direito à dialética).
Soma-se a esse cenário sombrio para os velhos modelos midiáticos uma notícia divulgada neste domingo, revelando que um dos maiores títulos do jornalismo impresso da América Latina (o Estadão) está à venda. Pior que isso: ninguém quer comprá-lo (clique aqui para ler).
Essa crise, claro, se explica em grande parte pelo crescimento vertiginoso das conexões digitais e, em especial, das mídias sociais, que colocaram um novo patamar interativo entre as pessoas, inclusive quebrando a via de mão única do velho modelo. Entretanto, há outro notável fator a explicar a derrocada da velha mídia: ela vem fugindo cada vez mais da verdade factual atendendo a outros interesses.
É muito fácil encontrar provas dessa situação. Basta, por exemplo, ler as colunas da ombudsman da Folha, em que ela aponta desvios sérios de rota do próprio jornal em que trabalha, que não são simples erros, mas condutas que distanciam o dito "maior jornal do Brasil" da verdade factual. O mais recente foi apontado hoje por ela: para noticiar uma bomba contra Kassab, a Folha usou na manchete de capa a palavra "prefeito" em vez de "ex-prefeito", tentando confundir o leitor e atingir o atual alcaide.
Já faz meses que tanto a Folha quanto outros jornalões e emissoras de TV estão em campanha política, atendendo a interesses de quem se locupleta com os seus. Isso sem contar os interesses econômicos junto a seus anunciantes. Para isso, geram terrorismo noticioso, sensacionalismo, fazem comparações incomparáveis, previsões alarmistas e sem base alguma, fartando-se de colunistas que cantam um samba de uma nota só com intolerância, ódio e distorções. Trata-se de um festival do "jornalismo" especulativo e cheio de más-intenções.
A velha mídia só não se atenta para um fato: leitores e espectadores não gostam de ser tratados como idiotas. Aliás, quem gosta? Daí a desconfiança apontada pela FGV, daí o Estadão à venda, daí a velha mídia vivendo seu epílogo, num processo que poderíamos interpretar como lento suicídio.
R.I.P, velha mídia!
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