quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Preguiça, preconceito e refrigerante

Apresentação no Pelourinho: eu amo a Bahia!
Qual o limite entre a brincadeira e o preconceito? Entre o humor e o desrespeito? Entre a "pegadinha" e a violência? Difícil responder num tempo em que é preciso chocar para chamar a atenção. O pessoal do Pânico, por exemplo, sabe bem o que é isso; outro, o CQC, assimilou bem a lição -e não é à toa que de lá saíram Rafinha Bastos e Danilo Gentili, dois expoentes do stand-up-tv movido a intolerância.

Mas não são só eles. Esta semana, o Flausino, da banda Jota Quest, soltou uma pérola: "Aqui em Salvador a galera não trabalha de domingo nem fudendo", disse, durante uma apresentação. Acabou vaiado, lógico (e merecidamente). Desculpou-se depois, alegando que era brincadeira: "Eu amo isso aqui, estou sempre aqui, foi só uma brincadeira". Tarde demais.

Não, não foi só uma brincadeira, simplesmente porque quando a suposta intenção de brincar ofende, deixa de ser brincadeira e passa a ser uma coisa detestável chamada agressão. E agressão não tem graça, tampouco deve ser tolerada.

Então, em Salvador, uma cidade viva, hospitaleira e aberta ao mundo todos os dias da semana, não se trabalha aos domingos, Flausino? Também seriam preguiçosos os baianos que ergueram São Paulo e mantêm esta gigantesca metrópole dinâmica e eficiente dia e noite, graças à força nordestina?

Preguiçoso é quem não pensa antes de falar e não se esforça para se libertar da ignorância, da prepotência e do preconceito. Preguiça é fazer comercial da Fanta em vez de música.

Um comentário:

  1. Vcs bahianos si sentem menosprezados e inferiores! Aí qualquer coisa que a gente fala vcs já si sentem ofendidos! #Chatos

    ResponderExcluir