Formei-me em Jornalismo, especializei-me em Comunicação, mas gosto mesmo é de ser professor.
Gosto de ser professor porque os jornalistas muitas vezes acham que já sabem, enquanto, como professor, eu preciso aprender para cada aula, para cada material produzido em quaisquer plataformas, para cada palestra a ser dada -e é tão bom aprender. Além disso, como professor eu falo de perto com quem interajo, e nessa conversa não existe uma via de mão única, mas o espaço do contraditório. E existe um processo, evolução, resultados...
Gosto de ser professor quando aproveito o repertório do jornalismo buscando informar para transformar (e não para deformar). E, então, minha consciência fica em paz comigo mesmo, com meu país e com o mundo. Aliás, se não fossem os bons professores não haveria os bons leitores, capazes de diferenciar os fatos das invenções.
Gosto de ser professor e acreditar que naquela sala de aula ou naquele auditório existe uma energia fluindo, a energia do conhecimento, da reflexão e da dialética, e essa energia é capaz da mais poderosa das revoluções, a busca por mais igualdade, por mais justiça, por mais liberdade ancorada no entendimento da diversidade da vida.
Gosto de ser professor porque enquanto o jornalista acha que dá respostas prontas, o professor instiga às perguntas. E antes do jornalista, do médico, do advogado, do engenheiro ou do gerontologista precisa existir o professor.
Gosto de ser professor porque aprendi com meus professores e com meus alunos que o aprendizado é sagrado e tão necessário quanto o oxigênio. E quando sou professor eu me sinto fazendo parte de uma procissão sem dogma, que nos tira da ignorância e nos liberta da alienação.
A todos os professores e alunos que tive e ainda terei, obrigado por me possibilitarem essa certeza saborosa: eu gosto de ser professor e, trabalhando em várias esferas da docência, eu me sinto mais jornalista!
Nenhum comentário:
Postar um comentário