A existência de um deputado presidiário que, mesmo após ter ido para atrás das grades, é absolvido pela Câmara dos Deputados tendo seu mandato garantido, revela algumas certezas sobre o que é o Parlamento brasileiro e o que ele pode vir a ser: pior.
Por mais que se diga que o Supremo Tribunal Federal não pode interferir na independência de poderes, como fez suspendendo a votação que livrou o tal deputado (e não pode mesmo), há um fato inquestionável: o Congresso está longe de representar o interesse público. Ao contrário disso, trata seus representados, os brasileiros, como verdadeiros idiotas.
É esse Parlamento que pouco servirá ao país caso não seja feita uma reforma política profunda, que impeça a prostituição ideológica e a troca de votos por dinheiro ou cargos, coisa que acontece desde que o Brasil é Brasil (e não foi inventada pelos mensaleiros, apenas continuada).
O que vem de pior o próprio caso Donadon expõe: o poder cada vez maior da bancada evangélica, que já conseguiu ganhar a presidência da Comissão de Direitos Humanos e age como uma facção que não tem limites para defender temas esdrúxulos. Donadon ajoelhou em nome de Deus e foi atendido por seus pares, em transe diabólico, na Terra. Dias piores virão sem reforma política e enquanto uma educação que forme gente crítica não for a prioridade das prioridades.
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