sábado, 21 de setembro de 2013

Francisco não é Malafaia - 2



Em 29 de julho último, escrevi aqui que o papa Francisco não é um líder comparável a figuras como o pastor Silas Malafaia (clique aqui para ler). Na ocasião, Francisco havia declarado, no voo de volta ao Vaticano após visita ao Brasil, que "Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?".

Pois o papa volta a temas espinhentos aos fundamentalistas cristãos e novamente sinaliza que não compactua com a ideia de uma igreja perdida na intolerância e de costas às grandes causas por uma humanidade melhor. "A Igreja Católica insiste demais em pregar contra o aborto, a homossexualidade e a contracepção e precisa demonstrar mais piedade", disse Francisco, completando: "Temos de encontrar um novo equilíbrio, ou até mesmo a estrutura moral da igreja pode cair como um castelo de cartas, perdendo o frescor e a fragrância do Evangelho."

Fiat Lux!

Diferente do papa anterior, que pregava a transformação da igreja católica em uma capela de poucos adeptos de um moralismo medieval, o atual pontífice navega a caminho do mar aberto e da compreensão da evolução humana. Isso porque, na visão dele, a despeito do dogma, o mais importante é a essência: o amor ao próximo, a piedade, a solidariedade.

Claro que isso não significa que a igreja católica deva mudar sua estrutura dogmática, mas ao menos sai das trincheiras das religiões que travam uma guerra diária contra tudo e contra todos que não se vistam da "moral e dos bons costumes" que fazem ode à hipocrisia. Este papel é o de Malafaia, Feliciano e seus discípulos, mais incomodados com a intolerância do que com o amor ao próximo.

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