sábado, 21 de setembro de 2013

O exemplo de Chiquinho Scarpa


Quando vi o "conde" Chiquinho Scarpa posando, de terno impecável, com uma pá na mão e diante de uma cova aberta para enterrar seu carro de um milhão e meio de reais, vi ali a fuça escancarada da elite brasileira: fanfarrona, cafona, arrogante e sempre pronta a ostentar. Mas, Chiquinho surpreendeu e mostrou o avesso de tudo isso, dando um belo exemplo de como abraçar boas causas na era da imagem e das conexões digitais.

A ideia de criar uma polêmica e, no auge dela, mostrar um outro lado da história, relacionando o enterro de um bem material precioso à preciosidade da vida, foi genial. Chiquinho Scarpa usou um brilhante parâmetro para uma sociedade consumista: tal qual não quero enterrar meu carro que tanto vale para mim, não posso permitir que enterrem meu corpo negando ajuda a valiosas vidas que poderiam ser salvas com meus órgãos, que apodrecerão sob a terra.

A iniciativa é emblemática porque revela os novos caminhos do mundo digital. Com uma mídia social e sem precisar de um milímetro da mídia tradicional (ou, velha), conseguiu-se efeito até maior que as muitas campanhas publicitárias milionárias em defesa da doação de órgãos. E eis que se comprova o poder que as redes sociais deram a todos, tanto aos que estão conectados quanto aos que ainda o farão.

Nunca imaginei que um dia pensaria isso, mas façamos como Chiquinho Scarpa: usemos esse poder de mídia para causas em defesa de um mundo melhor. É possível até para um playboy, é possível para todos nós!

2 comentários:

  1. Quando li sobre isso no início da semana encarei como mais um devaneio da casta da sociedade que o playboy representa. Teci duras críticas a atitude dele e a seu descaso para com a realidade brasileira que é extremamente oposta a que ele vive.
    Levei um sonoro tapa na cara. E confesso que foi muito prazeroso. Gostaria de ser estapeado todos os dias com atitudes como essa, viraria a face quantas vezes fosse necessário.
    Que muitos outros consigam usar as ferramentas que tem às mãos para chamar a atenção da sociedade para questões importantes como essa.

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    1. Eu quase escrevi, pois também me indignei. Só não o fiz porque viajei para escolas do interior. O tapa na cara foi bom para mim também! Abraços!

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