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Segunda-feira, ao terminar a exibição de "Os Simpsons", na Fox, passei pelo CQC, que já não me atrai há um bom tempo. E em um dos rompantes de "Pânico" que o programa vem tendo, os "apresentadores-stand-ups" tocaram na velha piadinha sobre o jogador Ronaldo e o episódio com as travestis. Imediatamente, mudei de canal e, diante da enxurrada de lixo, desisti da TV.
Esta semana, outro episódio envolvendo questões de sexualidade assombrou a família do ex-jogador: fotos de seu filho com cabelo alisado e em postagens junto a um amigo que viajaria com ele para Ibiza geraram fofocas. Imediatamente às postagens das fotos, choveram insinuações pelas mídias sociais, como uma inquisição digital sobre o garoto Ronald, seu cabelo "a la Maria Gadu" e seu "amiguinho" com quem posava aos sorrisos no aeroporto.
A repetição da piada sem-graça do CQC sobre o jogador e os comentários sobre seu filho nas redes sociais (muitos feitos por gays, uma aberração completa) são provas de que Feliciano representa, sim, grande parte do Brasil medieval, falso moralista e hipócrita. Afinal, a quem interessa com quem Ronaldo gosta de fazer sexo e qual a orientação sexual que seu filho está descobrindo? Só interessa aos moralistas de plantão, que agem tal qual a Santa Sé na Era Medieval, pronta a atear fogo nos que não seguissem os dogmas.
Para valer o grito de "Fora Feliciano", é preciso que, antes, exorcizemos o demônio do preconceito presente até em quem posa de engajado contra a homofobia, como o comandante-mor do CQC, e também entre as próprias vítimas de preconceito, caso dos gays. Quem vê graça e especula sobre a sexualidade alheia ainda rasteja nas escuridão dos direitos.
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