Não havia uma única publicação, poucos meses atrás, que não tratasse Eike Batista como "o cara". Ele era pintado em todas as capas de revistas (as "especializadas" em economia, as "especializadas" em negócios, as semanais etc) e manchetes de jornais como o grande empreendedor, aquele que tinha em si todos os atributos do líder do novo milênio.
A que se acha a maior das maiores, a "Veja", o chamou de "Eike Xiaoping", a personalidade de um Brasil que "trabalha muito, compete honestamente, orgulha-se de gerar empregos e não se envergonha da riqueza". Em "Época", "Exame", "Folha", "Estado", "Globo", não foi diferente: mudaram apenas os adjetivos, mas todos davam a Eike a condição de o maior dos empreendedores.
Considerando que no capitalismo financeiro a imagem (e os boatos) sobre determinada empresa ou empresário gera mais ou menos dinheiro - e daí que surge a expressão especulação financeira-, pode-se concluir que a velha mídia fez um verdadeiro lobby pelo enriquecimento de Eike Batista. Agiu como seu assessor financeiro, cooptando recursos de vários investidores por meio da construção de uma imagem fictícia.
Agora, quando Eike derrete ladeira abaixo, a mesma velha mídia procura culpados pela bolha que se criou sobre o empresário. Ora, quanta hipocrisia! Quem mais favoreceu tal bolha? Quem mais pintou fantasiosas capas e manchetes? Quem mais contribuiu para uma verdadeira canonização do cara? Foram donos e editores de veículos de comunicação que, ou mal intencionados ou ignorantes, criaram seu Frankstein.
O filho é teu, velha mídia! Assuma-o!
Realmente a nossa querida mídia influenciadora nos faz acreditar em aberrações. Com isso presidentes são eleitos, a falsa sensação de que tudo está muito bem. Mas acredita quem quiser....
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