Completamente perdidos ao tentar defender os amigos de seus patrões após vir à tona o escândalo do metrô de São Paulo, vários dos colunistas-Mor da velha mídia estão se superando nas acrobacias com as palavras.
O ultraconservador Reinaldo Azevedo, da Veja, está em polvorosa diante da citação de seu amigo José Serra, denunciado por tentar macular uma licitação (ao propor um "acordo" com empresas acusadas de dar propina a políticos brasileiros). Azevedo chega a atribuir ao PT (!) a veiculação das matérias que o Jornal Nacional e a Folha deram sobre o caso. "Essa imprensa poderia ter ignorado a gritaria dos petistas e dos sedizentes 'ninjas', mas resolveu provar a seus algozes e maus juízes que é 'independente'. Numa formulação simples e exata: para demonstrar que não é antipetista, atira, se preciso, em tucanos, ainda que contra a evidência dos fatos", ele escreve.
Ou seja, para Azevedo, a mídia está noticiando o caso cedendo à pressão de petistas e "ninjas" e alvejando covardemente os angelicais tucanos, contra os quais não há qualquer possibilidade de denúncia verdadeira. Surreal!
Outro ultraconservador, Merval Pereira, do Globo, também está em desespero. Primeiro, disse que seria "o pior dos mundos" se comprovado que existem tucanos corruptos (oi?). Agora, ele diz que a desonestidade de um político é menos danosa à democracia do que a de um partido: "Para um leitor de boa-fé, está claro que não tratava da corrupção em si, mas da maneira como ela fora praticada. Uma coisa são casos de corrupção de agentes políticos isolados, que acontecem em todos os países, outra bem diferente é a organização política."
Ou seja, para Merval, existe uma corrupção boa (de tucanos) e outra ruim (de partidos, no caso, certamente, do PT). Ele omite em sua tresloucada análise que as denúncias envolvendo o metrô de São Paulo envolve todos os governos tucanos nas últimas duas décadas: Covas, Serra e Alckmin. Seria esta, caso comprovada, uma corrupção "boa" e "isolada"? Também se esquece Merval que dez políticos do ninho tucano já foram indiciados pela Polícia Federal no caso.
Dora Kramer, do Estadão, amicíssima de Serra e revoltadíssima quando houve as denúncias do mensalão petista, está muda, da mesma forma que ficou quanto ao mensalão tucano de Minas. Ricardo Fiuza, da revista Época, cujos textos quase pedem que Lula seja queimado em praça pública, idem. Augusto Nunes, de Veja, a metralhadora a serviço (hoje) dos Civita, também.
A velha mídia é uma piada de mau gosto. E vários jornalistas a serviço dela, que se incumbem do papel de especialistas em tudo, são patéticos.
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